Vou falar a respeito dos fatores determinantes para se obter êxito no aumento de massa muscular. Foi fundamental ao longo de minha carreira, que eu criasse feeling para, por exemplo, subir num palco com um pré-contest de 120kg. Inúmeros foram os fatores contribuintes para esses resultados. Como não se trata somente do básico “comer ,treinar e dormir”, mas tão ou mais importante o quanto, os fatores mentais têm íntima ligação com as respostas do organismo. Tive estreita relação com profissionais de diversas áreas, professores universitários, entre outros, os quais me agregaram subsídios essenciais criando assim, discernimento e sensatez na tomada de decisões, elaboração e métodos de treinamento. O conjunto desses fatores e nenhum deles isoladamente, determinarão o sucesso.
O crescimento muscular consiste no resultado de uma adaptação biofisiológica do organismo à solicitações externas ou à variações ambientais que exigem maior força das fibras musculares. Para que haja maior força, a seção transversal dos músculos deve aumentar responsivamente aos estímulos. A atividade regular contra resistência, que inclui pesos livres, representa um forte estímulo adaptativo. Por essa razão, a musculação abrange um complexo de práticas e rotinas específicas cujo objetivo é a adaptação fisiológica, direcionada para o aumento global da massa muscular magra.
Só existe adaptação, se houver uma solicitação externa que implica uma sobrecarga à capacidade efetiva de um indivíduo para executar movimentos contra resistência. Esta sobrecarga consiste, precisamente, na execução de movimentos de flexão ou extensão das articulações que, em última instância, envolvem pesos livres ou resistência de pesos em aparelhos. Toda a estrutura musculoesquelético do corpo humano, é o resultado evolutivo milenar das atividades de puxar, empurrar, correr e, notadamente, movimentar cargas. Cada indivíduo possui uma especificidade única de fatores genéticos, biológicos, nutricionais e habituais que compõem uma configuração particular de capacidades que podem ser mensuradas objetiva, psicológica e intuitivamente, de modo a se mapear sua aptidão física e mental.
Uma vez definida a aptidão física atual de uma pessoa, pode-se focar estratégias múltiplas que induzem adaptações fisiológicas. As mais tradicionais procuram fixar um padrão de exercícios básicos com pesos e aparelhos numa duração de tempo de treinamento mais ou menos preestabelecida. Busca-se, num primeiro momento, condicionar o aprendizado da biomecânica de cada movimento, a coordenação motora e o recrutamento otimizado das fibras musculares. Os exercícios são estímulos não somente musculoesquelético, mas dos centros cerebrais motores, do sistema nervoso e dos capilares que irrigam as fibras.
O aumento de força e hipertrofia muscular podem envolver táticas de aplicação de sobrecarga, tanto no aumento dos pesos, como na quantidade de exercícios, no tempo de execução de cada movimento, na ênfase em cada uma das fases do movimento – como a de contração muscular – na divisão de grandes rotinas em dias diversos ou mesmo em vários momentos de um mesmo dia. Tudo depende de uma conjunção de fatores biológicos, nutricionais e individuais específicos.
O treinamento ótimo é um equilíbrio bastante instável entre a falta e o excesso. Estímulos insuficientes resultam na estagnação ou mesmo no destreinamento. Estímulos excessivos levam a lesões, estresse emocional e são contraproducentes. Isso remonta a Aristóteles. A excelência é um ponto de equilíbrio instável, uma mediana entre o excesso e a falta. A inteligência específica para se obter esse equilíbrio era chamada prudência ou sabedoria prática. É preciso uma grande prudência para manipular com sucesso todas as variáveis envolvidas no treinamento desportivo em geral e na musculação, em particular. Descobri que a análise que Aristóteles empregava para a mudança das disposições do caráter moral são as mesmas que emprego para treinar. Segundo meu amigo e consultor, toda atividade prática objetiva a excelência e é exatamente por isso que, para exemplificar o meio de se obter a excelência moral, Aristóteles mencionava Milo de Crótona, um atleta que foi o homem mais forte da Grécia e campeão olímpico por cinco vezes consecutivas.
O meu sistema de treinamento envolve o manejo de pesos, intensidade e duração como componentes essenciais para o aumento de massa muscular. Mas, confere, também, especial atenção a fatores mentais como variáveis fundamentais para a melhoria do desempenho. Isso significa que o aumento de músculos é somente um elemento dentro de um conjunto amplo que visa ao aperfeiçoamento humano global, como expressão da melhoria do gênero de vida da pessoa. Segundo demonstram estudos transdisciplinares envolvidos nas neurociências, a melhoria no desempenho físico é inseparável de fatores cognitivo-emocionais. Alguns atletas pioneiros, como Mike Mentzer, já haviam intuído, nos anos setenta, que a importância da melhoria dos estados mentais, o aumento da tolerância à acidose e a capacidade de suportar o estresse, por exemplo, são condições imprescindíveis para a possibilidade de que rotinas de exercícios com manejo de pesos possam ser bem sucedidas.
Lendo isso concluo como é difícil chegar neste equilíbrio.. Tive uma alteração no treino e meus exercícios de braço que tinham 12 repetições e passaram pra 15. Só que quando eu chego nos 3 últimos é muito difícil pra executar sem entortar o corpo, forçar algo mais.
Eu sou muito leiga e na minha academia ninguém supervisiona nada. Procuro olhar a execução correta dos exercícios na net para não fazer nada errado…
Então me pergunto: Vale a pena fazer esses 3 exercícios errados só pra cumprir as 15 repetições? É melhor colocar um peso maior e diminuir as repetições?
Uma pergunta para você… Você tem que fazer 15 repetições com peso X e você não consegue realizar as 3 ultimas repetições.. Se você colocar ‘mais’ pesado você executa 12 repetições?
Meu ponto de vista é: Se você consegue executar 12 repetições com peso XX, acredito que você conseguiria realizar 15 repetições com peso X, afina você esta com peso inferior..
Ilca,
Vai depender do teu objetivo. Se você faz 12 repetições com perfeita técnica, e os outras 3 repetições não, elimine estas outras 3 repetições ou consiga uma parceira de treino para te ajudar nas ultimas 3 repetições, assim você não precisa entortar o corpo.
Tenho uma frase clássica para te dizer: “MÚSCULO NÃO SABE CONTAR”.
Teu músculo responde a tensões, Se você quer mais tensão para gerar mais hipertrofia, caso for o teu objetivo, tenho 2 dicas..
– De ênfase na fase excêntrica dos movimentos diminuindo a velocidade nesta fase e mantenha as 12 repetições.
– Outra dica pode fazer uma série extra com as mesmas 12 repetições. O Importante é a técnica do movimento estar o mais próximo da perfeição possível. Pode diminuir o intervalo entre as séries. Não tem prende na variável NUMERO DE REPETIÇÕES.
Obs. A fase excêntrica é a parte do exercício que mais gera micro-rupturas nas fibras musculares, a atenção nesta fase é fundamental.
Amigo, é inquestionável o domínio que tens sobre o assunto, e só tenho a lhe parabenizar pelo trabalho prestado aqui. Acredito que poderia usar uma linguagem menos técnica. Achei que fosse encontrar um artigo mais compreensível, digamos assim.
Obrigado e desculpe!