Utilização de Carboidrato durante a Academia

Carboidrato durante o Treino Quem nunca viu o amigo maromba na academia balançando a coqueteleira com maltodextrina, dextrose, waxy maize ou qualquer outro carboidrato que querem te vender, como a solução de todos os problemas durante o treino? Muitos não é verdade? Mas se te falar que essa prática parece não ter muito fundamento! Sim, cai mais um mito propagado há anos. Utilizar carboidrato durante o treino não vai interferir em nada, ou pior, até te prejudica!

Uma das “hipóteses” é a que, utilizando o carboidrato durante o treinamento, possa haver uma manutenção da glicemia, e em razão disso, pudesse haver também uma redução na depleção de glicogênio muscular (glicogenólise). Será? Será mesmo que o treinamento curto da academia iria depletar todas as reservas de glicogênio muscular e hepático? Mais uma vez digo que não e isso pode ser explicado pelas quantidades suficientes de glicogênio, que nosso corpo armazena, afim de que, neste tipo de esforço e duração do exercício, não ocorra hipoglicemia e interfira negativamente no seu exercício. Mas para isso, deve-se saber como anda a sua ingestão de carboidratos na alimentação, uma vez que Williams (1995) mostra que os indivíduos que participam de um treinamento intenso durante a semana deveriam consumir em média entre 60-70 % das suas calorias provenientes dos carboidratos. Imagine que o seu gasto energético diário é de 2100 Kcal/dia, logo, 70 % corresponderia a 1.470 kcal/dia do consumo oriundo dos carboidratos, e isso auxiliaria a manutenção do glicogênio normalmente.

 

Porque o carboidrato não seria interessante durante Treino?

 

Durante o treino na academia, o glucagon e adrenalina são hormônios necessários para ativar as quebras (lises) necessárias para o fornecimento energético, logo, seu tecido muscular, adiposo (gordura), glicogênio e outras reservas são utilizados como uma fonte de energia. Mas, se ingerir carboidrato durante o exercício há uma “virada” bastante brusca do que seu corpo necessita no momento, pois, se o exercício é somente catabolismo, a ingestão de carboidrato subsequentemente, aumentaria os níveis de insulina, que te fariam entrar no estado de repouso. O que ocorre nessa situação é o que chamamos de hipoglicemia de rebote ou reativa, e isso é explicado porque após a ingestão de carboidrato no treinamento ocorre o estado de hiperglicemia e hiperinsulinemia, o que após certo tempo não se sustenta com uma redução da glicemia (hipoglicemia).

 

Considerações finais

 

Fica claro agora, que a ingestão de carboidrato não é bem-vinda em exercícios curtos como os da academia? É bem diferente de um exercício extenuante, onde não consigo encontrar nenhum motivo plausível para essa “estratégia” que é propagada por muitos sábios sem diplomas. O recomendado é procurar a orientação de um profissional de nutrição para que suas fontes de carboidratos sejam bem distribuídas durante o dia, e isso reflita na manutenção dos estoques de glicogênio e no seu rendimento. Leve sua coqueteleira pra beber água!

 

Referências Bibliográfica

Williams, C. (1995). Macronutrients and performance.Journal of Sports Sciences, 13(S1), S1-S10.

 

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Eduardo Marinho
Eduardo é de Maceió, Nutricionista (CRN6 -23413/P), Pós-Graduando em Nutrição Esportiva. Praticante de musculação e atleta de Handebol. Gosta de escrever sobre assuntos relacionados s sua área de estudo, disponibiliza no DT com o intuito de contribuir com a comunidade.

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