QUANDO se busca emagrecimento, definição corporal e ganho de massa muscular é comum todos se prenderem a uma única fórmula, como se existisse só um jeito CORRETO de fazer cada coisa. Vale ressaltar, que toda constante tem algumas variáveis, e sabendo manipular estas variáveis é possível sempre se chegar à mesma constante fazendo de uma forma diferente.
Como assim Osvaldo? Que papo confuso é esse? Tudo bem, me deixa explicar melhor onde quero chegar. Os primeiros seres humanos viveram aproximadamente há 100 mil anos atrás e gastaram muita energia caçando para adquirir comida. As adversidades da época associadas com a captura da sua própria comida, normalmente levava a períodos de baixo fornecimento de alimentos. A quantidade limitada de comida combinado com o alto custo energético da caça gerou uma adaptação evolutiva nos seres humanos primitivos, valorizando a energia do corpo.
Mesmo na falta de comida há um fornecimento de energia contínuo para o músculo, que faz manter a capacidade de caçar em alto nível. Com a captura do alimento e consequente alta ingestão de gordura e proteína, fez com que nosso organismo se adaptasse a gerar uma resposta anabólica intensa após esta refeição, e depois de um descanso necessário, nosso organismo fica pronto para uma nova caça.
Esse processo que se repetia várias vezes, deixava os primitivos cada vez mais fortes (tanto as fibras musculares de resistência quanto às fibras de força e potência), basta notar o porte físico que eles tinham nas imagens antigas. Visto que a evolução acontece de forma extremamente lenta, seres modernos não diferem muito geneticamente dos seres primitivos. Desta forma, a redução intensa na ingestão calórica por algum período, seguido por uma alimentação aumentada em proteínas e gorduras pode impulsionar efetivamente o estímulo hipertrófico muscular, princípio este usado por vários atletas, no qual fazem ciclos de dietas, com dias de “fome” e dias de “abundância”, claro que tudo contabilizado e orientado.
Resumidamente, neste método é possível ganhar massa magra e se manter com o percentual de gordura extremamente baixo, ou até mesmo perder gordura corporal, fazendo um baixo consumo calórico (cerca de 500-600 calorias) durante 2-3 dias (quase um jejum) seguido por 3-4 dias ingerindo uma dieta rica em gorduras mono e poli-insaturadas, somado a uma boa dose de proteínas de alto valor biológico.
Os carboidratos de baixo índice glicêmico nesta fase também devem ser aumentados, mas em quantidades normais, a hiper dosagem deve ser apenas em proteínas e gorduras, afinal os primitivos ingeriam muita proteína animal rica em gorduras, o carboidrato sempre foi reduzido/normal.
No meio científico, várias linhas de evidências indicaram recentemente que este tipo de método, gera um ganho maior de massa magra, força, perda de gordura e melhora de performance quando comparado com indivíduos que seguiram a mesma dieta pelo mesmo período. Estudos têm demonstrado também que este tipo método ativa AMPK (proteína envolvida no processo energético e síntese proteica), que então consegue aumentar diretamente a energia das células musculares, ativando processos de produção de energia, como a oxidação de ácidos graxos e glicólise, que suprem o músculo com a energia.
Além disso, em resposta à baixa energia com consequente estímulo da AMPK, favorece a translocação dos transportadores de glicose para a membrana da célula do músculo, o que aumenta o influxo de glicose para dentro da célula muscular onde é convertido em energia para manter a função muscular. A hipertrofia ocorre, em parte, porque o baixo consumo de calorias durante 2-3 dias, especialmente quando combinado com o exercício resistido, diminui significativamente as reservas de gordura intramuscular. A diminuição da gordura no interior do tecido muscular tem mostrado melhorar a resposta da célula muscular para um dos hormônios mais anabólico, a insulina, o que aumenta drasticamente a síntese de proteínas do músculo gerando maior crescimento da massa magra.
Por fim, destaca-se ainda que por meio deste método, que leva a uma redução da gordura corporal e consequente redução nos níveis de leptina, ocorre um aumento na produção de testosterona, outro hormônio anabólico essencial para este processo. Pare de copiar o que os outros fazem na internet e descubra qual método funciona melhor com você, não existe receita de bolo, e sim estratégias elaboradas por bons profissionais a fim de elevar seu nível o mais alto possível.
TREINE SEMPRE, mas lembre-se, SEM CÉREBRO, SEM GANHO
Referências Bibliográficas:
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HARVIE, M. N. (2011). The effects ok intermittent or continuous energy restriction on weight loss and metabolic disease risk markers: a randomized trial in young overweight women. OBES.
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